Trauma e suas consequências na rotina:

O trauma pode ter um impacto profundo na vida de quem o vivencia, alterando a percepção de segurança e bem-estar. Eventos traumáticos, como perdas, acidentes ou experiências de violência, podem gerar uma sensação de desamparo e medo constante. Isso afeta diretamente a saúde mental, desencadeando problemas como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático (TEPT). Muitas vezes, a pessoa pode se sentir desconectada de si mesma e dos outros, tendo dificuldade em confiar ou relaxar.

Além dos aspectos emocionais, o trauma pode se manifestar na rotina diária, influenciando comportamentos e hábitos. Pode ser comum a pessoa apresentar distúrbios no sono, falta de apetite ou excesso dele, bem como dificuldade de concentração no trabalho ou nas atividades de lazer. A rotina social também pode ser prejudicada, com o afastamento de amigos e familiares, muitas vezes devido a sentimentos de culpa ou vergonha relacionados à experiência vivida.

Pessoas que vivenciam um trauma frequentemente desenvolvem uma necessidade intensa de controle em suas vidas como uma forma de lidar com a sensação de imprevisibilidade que o trauma causou. Após uma experiência em que se sentiram vulneráveis ou impotentes, é comum que busquem controlar ao máximo seus ambientes, relações e até mesmo suas próprias emoções, na tentativa de evitar novas situações de dor ou sofrimento. Esse comportamento pode se manifestar de diferentes formas, como uma rigidez excessiva com horários, regras ou rotinas, e até mesmo o desejo de controlar o comportamento de outros à sua volta. Embora esse controle possa inicialmente parecer uma estratégia de proteção, com o tempo, pode se tornar prejudicial, intensificando a ansiedade e limitando a capacidade de viver plenamente. A conscientização e o apoio terapêutico são essenciais para que a pessoa consiga encontrar equilíbrio entre o controle e a aceitação do que não pode ser mudado.

Superar um trauma exige tempo e cuidado. Buscar apoio profissional, para terapia, é um passo essencial para processar e ressignificar o ocorrido, permitindo que a pessoa retome a sensação de controle sobre sua vida. Cada indivíduo tem seu próprio ritmo de cura, e é fundamental respeitar esse tempo para que a reconstrução emocional seja genuína e duradoura.