Bariátrica e auto imagem
- Etiene Azevedo
- 11 de out. de 2024
- 2 min de leitura

O processo de realizar uma cirurgia bariátrica representa uma ruptura significativa na vida de quem passa por esse procedimento. Não se trata apenas de uma mudança física drástica, mas também de uma transformação emocional e psicológica profunda. A relação com a comida, com o corpo e até mesmo com a própria identidade é alterada, muitas vezes trazendo à tona questões emocionais que antes estavam ocultas ou negligenciadas. Esse processo pode gerar sentimentos de perda, ansiedade e até medo, pois o indivíduo precisa abrir mão de hábitos antigos e enfrentar uma nova realidade que exige adaptação constante.
A saúde mental desempenha um papel fundamental nessa jornada. A cirurgia, por si só, não resolve os desafios emocionais e comportamentais que muitas vezes estão associados ao ganho de peso. Questões como ansiedade, compulsão alimentar, baixa autoestima e dificuldades em lidar com emoções precisam ser abordadas para que o processo de transformação seja completo e duradouro. A terapia, tanto antes quanto depois da cirurgia, ajuda a pessoa a desenvolver novas estratégias de enfrentamento, ressignificando a relação com a comida e com o próprio corpo.
Além disso, a bariátrica pode provocar um choque psicológico pela mudança na forma como a pessoa se enxerga e como é percebida pelos outros. A rápida perda de peso pode gerar uma sensação de desconexão com o próprio corpo, o que pode levar a dificuldades na aceitação dessa nova imagem. A presença de uma rede de apoio, somada ao acompanhamento psicológico, é essencial para garantir que a pessoa tenha um suporte adequado para lidar com esses sentimentos e possa vivenciar essa transição de forma saudável e equilibrada.
A terapia é uma ferramenta essencial no processo de adaptação após a cirurgia bariátrica, pois auxilia o indivíduo a lidar com as mudanças emocionais e psicológicas que acompanham a transformação física. Ela oferece um espaço seguro para explorar questões profundas, como a relação com a comida, a autoimagem e as expectativas em relação ao corpo e à vida após a cirurgia. Através da terapia, a pessoa pode desenvolver novas formas de lidar com o estresse e as emoções, prevenindo comportamentos prejudiciais, como a transferência de compulsões. Além disso, o acompanhamento psicológico ajuda a fortalecer a autoestima, promover a aceitação corporal e apoiar o indivíduo na construção de uma nova identidade mais alinhada com sua saúde física e mental.
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